Mesmo considerando o aumento da população feirense nos últimos 30 anos, tenho imensas dificuldades em compreender o descompasso entre o crescimento da estrutura do sistema de saúde e as precárias condições de atendimento oferecidas aos cidadãos, principalmente se considerarmos que até a primeira metade dos anos 80, os pacientes carentes eram assistidos por apenas duas unidades hospitalares: Hospital Dom Pedro e a Casa de Saúde Santana. Em pouco mais de 20 anos, Feira de Santana passou a contar com diversas alternativas de atendimento à saúde dos munícipes, tais como: Hospital Geral Cleriston Andrade, Hospital Estadual da Criança, Hospital Municipal da Criança, Hospital da Mulher, Postos de Saúde, Policlínicas, CMDI, algumas unidades particulares foram conveniadas ao SUS, além do que, com a municipalização da saúde valores importantes passaram a ser administrados pelo município, no entanto, estranhamente ficamos cada vez mais desassistidos pelo sistema público.
Com a ampliação da estrutura, poderia se imaginar que os usuários receberiam um atendimento mais digno e humanizado, todavia, pelo que se percebe os serviços são cada vez mais precários, levando a população a buscar junto à polítiqueiros, prioridades no atendimento em unidades de saúde, que deveriam prestar serviços com isonomia e dignidade para todos os cidadãos, em outros casos, pessoas buscam o apóio da imprensa e só com o apelo da mesma é que gestores e políticos se “sensibilizam” com as histórias dos "pobres enfermos".
Tal situação pode revelar a incompetência da gestão pública na saúde, ou, talvez indícios de que o sistema precisa ser observado de perto, para que não se torne um poderoso instrumento do jogo eleitoral, com os mesmos aspectos dos primordes da nossa história: as capitanias e seus donatários.