Sabemos que a Polícia é uma instituição do estado e que tem como missão garantir a ordem e a segurança dos cidadãos, mas não nos esqueçamos que são os policiais, homens e mulheres das nossas comunidades (nossos filhos, pais, tios, irmãos, primos, cunhados e amigos), que dentro da farda, fazem cumprir esses compromissos e missões da corporação e que ao saírem de suas casas para proteger as nossas, nem sempre voltam aos seios das suas famílias.
Diante disso, dos baixos salários e as precárias condições de trabalho impostas aos mesmos, nos resta compreender a Greve da Polícia na Bahia como um grito desesperado de uma classe de trabalhadores cuja remuneração é absolutamente desproporcional aos serviços prestados, bem como, das condições de trabalho que muitas das vezes não oferecem segurança nem mesmo para os próprios integrantes da corporação.
A insegurança e o medo vivenciados pelos baianos nos últimos dias, em razão da greve, devem servir de experiência para que as autoridades reflitam melhor sobre o modelo de segurança pública aplicado na Bahia. Certamente, nem o governador, nem os policiais, nem a sociedade desejam reviver dias tão tensos, portanto, o que se espera do governo são ações concretas, no sentido de fortalecer a política salarial da categoria, bem como, o melhoramento dos equipamentos necessários ao serviço de policiamento no estado e aos líderes dos policiais, esperamos sensatez e sabedoria para a condução dos movimentos.